Thursday, October 12, 2006

Voando sem Medo

Clínica Saúde
& Bem Estar

Profissionais especializados no manejo da ansiedade

Carmen Doris Reichelt

psicóloga com especialização em neuropsicologia
CRP 07/1289

Gustavo R. Emmel
coordenador de marketing

Rua dos Andradas 1234, conj. 1601 Porto Alegre - Rio Grande do Sul - Brasil
fone: (51) 3228 6382




Matéria da Zero Hora em 08 de outubro de 2006

Medo divide passageiros

Às 17h de quinta-feira, o aeroporto Salgado Filho parou para lembrar os mortos no vôo 1907.

Passageiros prestes a embarcar se perguntaram: e se acontecer comigo? - É uma sensação estranha. Vou com o coração na mão, mas vou - afirmou Ilzamar Lopes, 21 anos, antes de rumar a Brasília.

Grandes desastres têm impacto imediato em quem já sofre diante de um avião.

Um grupo que inclui também pessoas "viajadas", como o arquiteto Oscar Niemeyer e o cantor Lenny Kravitz.

- O fóbico crê que o vôo fatídico será o dele - descreve a psicóloga Carmen Doris Reichelt.

Segundo Carmen, alguns pacientes têm receio da catástrofe, mas outros simplesmente temem passar mal sem serem atendidos.

- Alguns vão na 1ª fila para sair rápido em um pouso forçado.
Outros carregam santinhos, se benzem ou fazem simpatias. E há quem só embarque com o pé direito ou evite ir ao banheiro para não "desequilibrar" a aeronave - conta Carmen.

Outros passageiros encaram o acidente recente sob outra ótica:

- Estou viajando super tranqüilo. Pelas estatísticas, um acidente como este só vai se repetir em 10 anos - calculou o engenheiro Renato Mattos, 25 anos, antes de embarcar também para Brasília.


Para saber mais:


Estamos seguros no ar?

Rodrigo Cavalheiro

Para cada vôo com desfecho trágico no Brasil, 1.149.425 decolagens passam despercebidas. Tantas viagens com final feliz colocam o transporte aéreo do país entre os mais seguros do mundo. Mas não consolam os que choram os 154 mortos no vôo 1907 da Gol, para quem a conta é simples: uma viagem, um desastre.

Mais do que isso, o maior acidente da história da aviação brasileira põe sob desconfiança a segurança dos vôos no território nacional.

- É claro que o sistema se enfraquece. As pessoas sentem-se inseguras, embora o caso em si não determine o nível de segurança no país. Se não houvesse garantia, aviões do mundo todo não viriam para cá - pondera o comandante Célio Eugênio de Abreu Junior, assessor de segurança de vôo do Sindicato Nacional dos Aeronautas.

Como é provável que uma série de erros tenha permitido o choque do Boeing da Gol com o jato Legacy, toda a cadeia responsável por garantir uma viagem tranqüila é posta em teste. Da manutenção das aeronaves à qualificação dos pilotos, do controle de vôo à tecnologia de radar.

- É importante questionar o sistema agora. O nível de segurança atual está diretamente atrelado ao estudo dos acidentes que já ocorreram - afirma a professora de psicologia aeronáutica da Faculdade de Ciências Aeronáuticas da Pontifícia Universidade Católica, Silvia Lúcia Bozzetti Moreira.

Nestes casos, explica a psicóloga, a população quer logo colocar "a culpa" em alguém. Assim, pode se prevenir. Já os especialistas em segurança tentam esmiuçar os fatores que levaram ao desastre. Seu objetivo é evitar novas tragédias.

Autoridades e técnicos defendem com números a excelência do serviço aéreo nacional. No ranking mundial de acidentes por milhão de decolagens, o Brasil está à frente dos demais países da América Latina e um pouco atrás de Europa, Estados Unidos e Austrália.

- O Brasil acompanha as exigências internacionais de segurança. Avançamos na cobertura de radar e a estrutura dos aeroportos melhorou muito. Se alguns países têm equipamentos que não existem aqui, é porque não precisamos e custam caro - avalia o piloto aposentado Claudio Scherer.

rodrigo.cavalheiro@zerohora.com.br

Para seu filho ler

Os números dizem que o avião é o transporte mais seguro. Mas quando cai um avião grande e muita gente morre, todo mundo fica em dúvida se é verdade mesmo. Isso aconteceu na semana passada, quando 154 pessoas morreram em uma batida no ar. Quem entende diz que voar no Brasil é bem tranqüilo, pois só cai um avião a cada 1,1 milhão que decolam. Mas é difícil convencer as pessoas.

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